Pátria Escravista
- Alice Machado e Joana Lopes
- 5 de jul. de 2015
- 1 min de leitura
O passado escravocrata brasileiro permanece enraizado em nossa cultura, educação, saúde e economia; seja nas relações de trabalhos escravos e/ou análogos à escravidão, como corte o de cana, o plantio de café e até mesmo os trabalhos domésticos. Em geral, o trabalhador brasileiro é desvalorizado pela sociedade. Se compararmos com os trabalhadores de países como Noruega, Nova Zelândia e Dinamarca, concluiremos que os direitos trabalhistas e o IDH, salário e qualidade de vida do povo brasileiro é demasiadamente inferior. Outra marca deixada pelo passado escravista é a discriminação racial no mundo. O Brasil é o país onde mais se mata; mas metade dos homicídios tem como alvo jovens entre 15 e 29 anos, destes, 77 % são negros. A taxa de homicídios por aqui cresce a cada ano. Nos últimos 32 anos houve aumento de 148,5% dos casos de mortes violentas. Matamos 13.910 pessoas, em 1980; em 2012, chegamos ao recorde de 56.337 vidas interrompidas.

https://anistia.org.br/ Estamos em guerra? Porque no Brasil, de 2004 a 2007 morreram mais brasileiros do que o somatório das vítimas de guerras dos 12 maiores conflitos mundiais - Iraque, Afeganistão, Síria, Israel, Territórios Palestinos, Somália, Sri Lanka, Índia, Caxemira, Paquistão, entre outras nações, vitimaram 170 mil pessoas. Enquanto isso o Brasil matou 192 mil pessoas no mesmo período. A maioria dos homicídios são praticados por armas de fogo e menos de 8% dos casos são julgados. Apesar desses altos índices de assassinato de jovens negros, o tema é tratado com indiferença na sociedade, na mídia, na escola e na agenda pública nacional. O preconceito, a descriminação racial e as consequências destes devem ser amplamente debatidos e repudiados!
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