top of page

Apresentando o CISG, coletivo que planeja pintar o CSVP com as cores do arco-íris

  • Miguel Serpa
  • 5 de jul. de 2015
  • 3 min de leitura

11720505_983038678393745_1142979912_n.jpg

O Coletivo de Identidade Sexualidade e Gênero (CISG) foi criado por alunes do Colégio São Vicente de Paulo, em meados de abril. Hoje, em seu grupo no facebook, se encontram mais de oitenta estudantes, dispostos a debater assuntos envolvendo a comunidade LGBT+, compartilhar conhecimento sobre essas questões com uns aos outros, e, por quê não, conhecer um pouco mais sobre esse universo, tão amplo, mas pouco conhecido e divulgado na sociedade em que vivemos.

Antes do coletivo ter sido criado, inclusive, já haviam alunes demonstrando interesses no assunto. Em algumas salas foram feitos pequenos cartazes listando tipos de sexualidade e identidades de gênero, muitos dos quais não muito conhecidos por uma grande quantidade de pessoas.

Neste ano de 2015, tem sido muito visível na escola, entre os alunes, mais participação e espaço para debate de questões sociais. Acredito que alguns estudantes começaram a expor seus pensamentos e queixas, e isso foi se espalhando pelo colégio, gerando, não só pessoas mais conscientes sobre determinados assuntos que afligem o mundo em que vivemos, mas essa militância, de alguns a princípio, para depois abranger muitos, também abriu portas para uma maior união entre alunes, alunes que acreditam na mesma causa, alunes que querem um futuro melhor, alunes que visam se tornar Agentes da Transformação Social, lema do CSVP para com seus estudantes.

Indícios disso, temos vários. Ao subir as escadas, cartazes feministas espalhados pelos murais, ao sair do colégio, vê-lo enfeitado de roxo e laranja, cores oficias do Amanhecer Contra a Redução, uma organização comunitária, que, como o nome indica, visa lutar contra a redução da maioridade penal, e, os próprios cartazes colocados no mural de algumas salas, conscientizando sobre a vasta variedade de tipos de orientações sexuais e identidades de gênero, que não muites conhecem.

Seria mentira dizer que o CISG é o coletivo mais ativo do mundo. Não é. Até hoje, mais ou menos três meses após sua criação, não tivemos uma reunião ou um simples encontro, para nos apresentarmos e dizer o que estamos buscando no coletivo, ou o porquê de termos entrado nele. Mas ele está lá, e não foi esquecido. Seja para compartilhar um vídeo ou uma charge que aborde um tema, criticar a fala desrespeitosa de um deputado para com a comunidade LGBT+, ou simplesmente posts buscando uma conversa entre os integrantes, para que se conheçam melhor, sempre há algo, mesmo que pequeno, acontecendo no seu grupo do facebook, e isso mostra que os alunes lembram de sua existência, lembram que mesmo pouco ativo aquele espaço ainda está lá e que tem discussões interessantes e importantes a oferecer, e isso é o mais importante.

O CISG é, como dito anteriormente, uma tentativa de acolher e unir mais pessoas dispostas a lutar pelos interesses da comunidade LGBT+, sendo essas pessoas pertencentes da comunidade, ou apenas apoiadores da mesma. Também há espaço no grupo para alunes questionadores de sua própria sexualidade ou identidade de gênero, e para aqueles que não se sentem seguros para se expor. É uma maneira de mostrar para alunes que ocasionalmente venham a sofrer por questões como essas que eles não estão sozinhos, há um espaço que os reconhece e um grupo de pessoas disposta a apoiá-los. O CISG é um local seguro para seus integrantes, quando e se quiserem, discutir, expor, questionar, mas sempre lembrando de respeitar.

Também queremos levar mais discussões sobre o tema para o colégio que frequentamos, já que é muito importante não só que haja maior consciência entre os alunes sobre ele, como também é muito importante que alunes que façam parte da comunidade LGBT+ ou que a apoiem se sintam acolhidos dentro da instituição onde estudam. Assim, queremos mostrar ao colégio e aqueles que o frequentam, que há muito mais identidades de gênero fora do sistema binário para uma pessoa se identificar, que a pessoa não precisa se categorizar em relação a sua sexualidade/identidade de gênero, que não é só porque há um casal homoafetivo em uma telenovela que nossas queixas foram atendidas, que existe uma variedade de orientações sexuais muito mais ampla do que se imagina. Queremos lembrar ao São Vicente que o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais, queremos lembrar aos alunes que as pessoas são diferentes, que o mundo não é só preto e branco. Há uma variedade de tons entre esses dois. Tons coloridíssimos, que vibram e brilham, querendo se fazer notar.

 
 
 

留言


MAMUTE JORNAL
Quem Somos?

O Mamute é um jornal independente feito por alunos do Colégio São Vicente para alunos, sem nenhum vínculo com a escola. Qualquer um deve se sentir livre para contribuir com material para a redação ou para a galeria. O Mamute é livre.

#voltamamute

Siga O MAMUTE
  • Facebook - Black Circle
  • Twitter - Black Circle
bottom of page